Literatura e resistência

CONHECENDO O PROJETO:

A ideia desse projeto é propor uma reflexão e um debate a respeito das produções artísticas de resistência, ou seja, que surgem de contextos de opressão e vulnerabilidade social, cultural e política. A escolha do tema aconteceu a partir de uma série de acontecimentos que buscavam reprimir expressões artísticas em nossa cidade nos últimos anos. A proposta é que os alunos consigam ampliar suas percepções das diversas linguagens artísticas que nos rodeiam, partindo de uma compreensão dos conceitos de literatura e arte, seguindo por uma análise das estruturas por trás das atribuições de valores para as produções culturais e passando por uma reflexão sobre a arte marginalizada e a ocupação do espaço urbano de Belo Horizonte pelos movimentos culturais.

Os objetivos que orientaram a elaboração e a aplicação do projeto, então, consistem em apresentar aos alunos diferentes manifestações culturais que surgem em contextos de vulnerabilidade; promover um debate sobre produções artísticas e sobre os limites e interseções entre as diversas linguagens artísticas; e proporcionar um contato dos discentes com produções culturais locais marginalizadas com uma mediação voltada para uma análise crítica de suas apresentações. Para isso, organizamos o projeto em 3 etapas, sendo que cada uma possui uma atividade assíncrona e outra síncrona. Durante a primeira etapa, além de apresentar a proposta, são levantadas questões de sensibilização sobre o tema e os conceitos a ele relacionados. Já na segunda etapa, a proposta é que os alunos se mobilizem para investigar a respeito de manifestações culturais de resistência, tanto individualmente quanto em grupos. Por fim, na terceira etapa, os alunos produzem um material fruto de suas investigações e conversam a respeito delas.

Todo o projeto foi idealizado levando em conta a proposta da BNCC de uma prática docente que forme integralmente os sujeitos, bem como de ampliação do conceito de linguagem dentro das aulas de língua materna. Dessa maneira, o projeto busca aplicar essas propostas por meio de uma aproximação dos conteúdos e discussões com a realidade dos alunos, proporcionando identificação e trocas de experiência entre todos os envolvidos.

CONHECENDO OS AUTORES:

O projeto foi desenvolvido por quatro estudantes de Letras/Português da UFMG, sendo eles: 

Ana Beatriz: estudante do 9º período, de BH, 22 anos, bolsista do programa Residência Pedagógica desde março de 2021, tem interesse pelas áreas de literatura brasileira e ensino de língua portuguesa. Apaixonada pela arte de rua de BH e por Lima Barreto.

Jorlan Olivlet: estudante do nono período, belo-horizontino, 22 anos, bolsista do programa Residência Pedagógica desde outubro de 2020, tem interesse pelas áreas de literatura brasileira e ensino de língua portuguesa. Apaixonado por Clarice Lispector e artes em geral. 

Pollyanna: estudante do 10ª período, natural de Belo Horizonte, 25 anos, voluntária do programa Residência Pedagógica desde junho de 2021, tem interesse pelo ensino da Língua Portuguesa.

Stephanie Crepalde: Aluna do 10º período, belo-horizontina, 23 anos, bolsista do Programa Residência Pedagógica desde outubro de 2021, dentro da universidade se interessa pela área de ensino de língua e edição, é apaixonada por encontrar estratégias inovadoras e efetivas para o ensino de português como língua materna, além disso, pesquisa e atua como voluntária em programas de promoção à educação e à cultura em regiões de vulnerabilidade social e econômica no entorno de Belo Horizonte.

COMO DESENVOLVEMOS O PROJETO:

Para a aplicação do projeto em sala de aula, utilizamos materiais autorais e também prepararemos uma curadoria de materiais relacionados ao assunto. Por se tratar de um projeto bastante relacionado à expressão de literatura e também de outros tipos de arte, os materiais são extremamente gráficos, mas também contam com bastante informação verbal.

Devido à pandemia, as atividades aconteceram de modo remoto, tanto de maneira síncrona quanto assíncrona, portanto os materiais de apoio das aulas são slides e recursos digitais. Apesar do uso de slides, as aulas síncronas foram conduzidas de forma semelhante a seminários, com bastante interação com os alunos, procurando sempre instigar a reflexão a partir dos debates.

Excepcionalmente, na última aula, promovemos um debate com convidados, no qual os discentes dialogaram com artistas e curadores de arte de Belo Horizonte questões relativas ao projeto.

Para os trabalhos avaliativos, utilizamos diferentes recursos audiovisuais e diversas plataformas de ensino. Todos os materiais e modelos de recursos que utilizamos se encontram na seção Biblioteca, ao final da página.

De maneira geral, organizamos o desenvolvimento do projeto da seguinte maneira: 

  • ETAPA 1: Como atividade assincrona, promovemos uma leitura e escuta guiada das produções Maria, de Conceição Evaristo, Canção Infantil, Do César MC, e A Carne, de Elza Soares, feita por meio de um formulário do Google. No momento síncrono, apresentamos o projeto, suas etapas e objetivos, retomamos as respostas recibidas no formulário e mediamos um debate a respeito dos conceitos e limites da arte e da literatura;
Acesse aqui o formulário produzido para a etapa 1:

  • ETAPA 2: Realizamos uma atividade assíncrona em que os alunos compartilharam manifestações artísticas de resistência entre si por meio do Padlet (Sobre Padlet). No encontro síncrono, levantamos um debate sobre as respostas do formulário da etapa 1 relacionada as recomendações no Padlet, após o debate, apresentamos a organização das linguagens artísticas proposta pela BNCC (música, teatro, artes visuais e literatura) e solicitamos que os alunos escolhessem aquela que eles mais se identificavam para pesquisarem a respeito.

Veja as recomendações que os alunos compartilharam nessa etapa:

Criado com o Padlet

  • ETAPA 3: Como atividade assíncrona, os alunos realizaram as pesquisas propostas pela webquest que criamos por meio do Google Sites e, em grupo, escreveram o texto a respeito do movimento cultural que pesquisaram. No encontro síncrono, os alunos conversaram com dois convidados que participam de movimentos culturais de resistência em Belo Horizonte.
Acesse aqui a webquest

A NOSSA EXPERIÊNCIA

A primeira etapa de produção do projeto foi decidida através de reuniões com os orientadores e preceptores, que nos orientaram na decisão do tema e na elaboração e escrita do projeto. A partir dessa decisão, foi possível direcionar a pesquisa dos referenciais teóricos e das competências da BNCC, que foram utilizados no decorrer do projeto. O projeto de ensino  foi escrito entre os meses de janeiro e junho de 2021,e, além da participação dos atuais residentes, contou com a ajuda do ex-residente Wendell Francis. A elaboração dos materiais didáticos ocorreu durante o mês de julho, e, finalmente, a aplicação do projeto no colégio parceiro efetivou-se no mês de agosto.

No decorrer de nossas discussões, o nosso maior desafio foi a pandemia, visto que, devido ao distanciamento social, não pudemos conhecer pessoalmente os alunos e tão pouco o colégio, além disso, a busca por ferramentas educacionais online também foi um obstáculo. No entanto, apesar desses empecilhos, acreditamos que essa situação tornou o projeto ainda mais enriquecedor, tendo em vista que tivemos a oportunidade de explorar diferentes recursos durante as aulas, como músicas, sites, imagens, webquest, fóruns, clipes etc, materiais que, infelizmente, não seriam viáveis numa sala de aula presencial.

Nos quatro encontros passamos por experiências engrandecedoras, sempre focando em todos os detalhes da interação, incentivando a fala e reflexão dos alunos, uma vez que esse era o intuito principal do projeto. Como mencionado anteriormente, a pandemia foi um grande empecilho na nossa docência, portanto nos esforçamos para direcionar uma atenção especial ao chat da chamada de vídeo, que foi essencial nas nossas interações, pois era o lugar no qual os alunos mais expressavam suas opiniões e emoções sobre o que era mostrado na aula.

A última aula teve um destaque dentro do planejamento, e ele se deu também em sua execução, pois a presença dos convidados trouxe para aquela discussão um encerramento especial e uma exemplificação de tudo aquilo que foi falado e construído com os alunos durante as três primeiras aulas.

Notamos, ao longo do projeto, o engajamento dos discentes, que em todas as aulas participaram de modo ativo nas dinâmicas propostas, buscando sempre fazer comentários e emitir opiniões pertinentes aos tópicos discutidos. Desse modo, a experiência de executar o nosso plano de ensino em sala foi muito satisfatória e suscitou reflexões e vivências singulares, tanto para os residentes quanto para os alunos.

BIBLIOTECA

Acesse aqui o nosso projeto e os materiais usados na execução:

O projeto
Manual do professor
Slide da primeira aula
Link do template:
Slide da segunda aula
Link do template:
Slide da terceira aula
Link do template:

MODELO-DE-APRESENTAÇÃO-ETAPA-3

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