O projeto “Sistema Único de Saúde: Para ir e vir – Como ter acesso ao SUS no Brasil” foi cuidadosamente elaborado com o propósito de abordar aspectos cruciais relacionados ao acesso à saúde pública no país. Este projeto tem como foco principal a experiência dos usuários do SUS e a importância da participação popular e do controle social nesse contexto.
Composto por cinco integrantes estudantes de licenciatura da Universidade Federal de Minas Gerais — Ariana Fernanda, Lydia Dias Reis, Clara de Assis, Thalyta Ávila e Monique Mello —, o trabalho foi meticulosamente desenvolvido a partir de discussões teóricas realizadas nos encontros do grupo. Essas discussões serviram de embasamento para a seleção dos textos, mídias e questões, bem como para a construção do conteúdo que seria explorado pelos estudantes. Além disso, o projeto contou com visitas pedagógicas às escolas Estadual Três Poderes e Estadual Ari da Franca, proporcionando insights valiosos sobre a realidade dos alunos, a dinâmica escolar e as necessidades educacionais.
Durante a elaboração do material, realizou-se um estudo minucioso do ambiente escolar e do comportamento dos alunos, o que permitiu uma compreensão mais profunda de suas necessidades e interesses. Essa imersão foi fundamental para a elaboração de um conteúdo mais acessível e relevante, alinhado com as competências e habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Ao longo das aulas planejadas para o primeiro ano do ensino médio, o projeto não se limitou a transmitir informações sobre o SUS, mas também buscou estimular a reflexão crítica dos alunos sobre os desafios enfrentados no acesso à saúde no Brasil. Foram exploradas questões como a demora no atendimento, a falta de profissionais e recursos, incentivando os estudantes a pensar em soluções e em formas de promover mudanças nesse cenário.
A abordagem do projeto também enfatizou a participação popular e o controle social no acesso ao SUS, conectando os conteúdos abordados com a realidade dos estudantes e destacando a importância do engajamento cívico e da participação ativa na melhoria do sistema de saúde.
O material foi estruturado em quatro partes principais, cada uma delas com o objetivo de proporcionar uma experiência de aprendizado significativa e relevante:

1. Como as informações chegam até você?

Exploramos o processo de acesso às informações sobre o SUS no Brasil, iniciando com uma reflexão sobre o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema. Apresentamos uma reportagem que destaca o papel da mobilização popular na criação e manutenção do SUS, seguida por um infográfico que visualiza a trajetória da saúde pública no país. Além disso, disponibilizamos um podcast e um vídeo do Youtube como recursos complementares.

2. Como o acesso às informações é feito? — A importância do acesso online

Nesta parte, exploramos a era digital da saúde e examinamos como as informações são acessadas através da internet. Abordamos a importância da vacinação e do aplicativo Meu SUS Digital, incluindo uma atividade prática de criação de um Manual de Instruções sobre o uso do aplicativo Conecte SUS.

3. Participação Popular e Controle Social no SUS

Focamos na participação popular e no controle social no âmbito do SUS, abordando questões relacionadas ao acesso em contextos específicos, como presídios e regiões de difícil acesso pelos profissionais de saúde. Utilizamos recursos multimídia e atividades reflexivas para promover a compreensão da importância do acesso à saúde para grupos vulneráveis e a reflexão sobre políticas e ações necessárias para garantir a assistência integral e de qualidade.

4. Impacto na Saúde Pública: Estratégias de comunicação para efetivar as políticas de acesso ao SUS

Exploramos estratégias de comunicação para efetivar as políticas de acesso ao SUS, destacando campanhas como o Outubro Rosa e o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Os alunos são desafiados a analisar e discutir sobre o impacto dessas campanhas, bem como a criar um cartaz para conscientizar a comunidade escolar sobre um problema de acesso ao SUS.
Por meio dessas partes integradas, buscamos proporcionar aos alunos uma compreensão abrangente e crítica sobre o acesso à saúde no Brasil, incentivando-os a se tornarem agentes de transformação em suas comunidades e a participarem ativamente na construção de um sistema de saúde mais justo e eficiente.

5. Impacto na Saúde Pública: Estratégias de comunicação para efetivar as políticas de acesso ao SUS

Nesta parte final da apostila, abordamos o impacto na saúde pública, destacando as estratégias de comunicação para efetivar as políticas de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Começamos discutindo a campanha do Outubro Rosa, uma iniciativa global de conscientização sobre o câncer de mama realizada durante o mês de outubro. Os alunos são incentivados a analisar uma publicação no Instagram do Governo Federal relacionada ao Outubro Rosa, refletindo sobre a mensagem transmitida, a importância da detecção precoce do câncer de mama e a eficácia da campanha nas redes sociais.
Em seguida, exploramos o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil e a importância da vacinação contra a COVID-19. Os alunos assistem a um vídeo sobre a campanha de vacinação contra a gripe de 2023 e são desafiados a refletir sobre o papel da educação e conscientização na promoção da vacinação e os benefícios da vacinação para a saúde individual e comunitária.
Por fim, os alunos são desafiados a elaborar um cartaz para conscientizar a comunidade escolar sobre um problema de acesso ao SUS e a maneira de solucioná-lo, utilizando os conhecimentos adquiridos ao longo da unidade. Essa atividade visa promover a reflexão sobre as estratégias de comunicação utilizadas pelo Ministério da Saúde e o papel da participação cidadã no fortalecimento do SUS.
Essa parte da apostila busca envolver os alunos em discussões relevantes sobre a promoção da saúde pública e o papel das estratégias de comunicação na efetivação das políticas de acesso ao SUS, capacitando-os para serem agentes ativos na melhoria do sistema de saúde em suas comunidades e no país como um todo.
Em conclusão, o projeto “Sistema Único de Saúde: Para ir e vir – Como ter acesso ao SUS no Brasil” representa um esforço coletivo para abordar de forma abrangente e significativa os desafios e oportunidades relacionados ao acesso à saúde pública em nosso país. Ao longo das diferentes partes da apostila, buscamos não apenas transmitir informações sobre o SUS, mas também estimular a reflexão crítica, promover a participação ativa dos alunos e fortalecer o entendimento sobre a importância da saúde pública e do engajamento cívico.
Por meio de discussões, atividades práticas, recursos multimídia e visitas pedagógicas, procuramos criar uma experiência de aprendizado envolvente e relevante, alinhada com as competências e habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nosso objetivo é capacitar os alunos não apenas como receptores de informações, mas como agentes de transformação em suas comunidades, incentivando-os a contribuir para a melhoria do sistema de saúde em nosso país.
Ao abordar temas como a participação popular, o controle social, a importância da vacinação, o acesso digital à saúde e a promoção da saúde pública, a apostila visa despertar o interesse, o senso crítico e a consciência cidadã dos estudantes. Acreditamos que ao compreenderem melhor o funcionamento do SUS e as questões relacionadas à saúde coletiva, os alunos estarão mais preparados para atuar como cidadãos ativos e responsáveis, contribuindo para uma sociedade mais justa e saudável para todos.
Durante a aplicação prática do material, tivemos a oportunidade de atuar como docentes em sala de aula e apresentar o conteúdo que elaboramos. A receptividade e colaboração do professor orientador foram fundamentais, permitindo que planejássemos e ministremos a aula de forma enriquecedora.
A experiência de aplicar o Manual “SUS na Prática” proporcionou não apenas visibilidade ao nosso trabalho, mas também uma compreensão mais profunda da capacidade de desenvolver material didático e receber feedback dos alunos. A interação ativa durante as aulas e o feedback posterior foram cruciais para aprimorar o material e oferecer uma experiência de aprendizado eficaz.
Essa vivência reforçou a importância da Residência Pedagógica não apenas para os futuros docentes, mas também para os professores que orientam o processo. A aprendizagem significativa, mencionada por David Ausubel, foi evidenciada durante a aplicação do material, integrando novos conhecimentos ao conhecimento prévio dos alunos.
Concluímos, portanto, que a experiência prática durante a Residência Pedagógica é fundamental para a construção do conhecimento e o aprimoramento das práticas docentes. Essa vivência nos ensinou a importância da resiliência, da capacidade de adaptação e da colaboração constante com os colegas e professores regentes. Ao finalizar nosso período na Residência Pedagógica, reforçamos nossa convicção de que o papel do professor vai além do conteúdo curricular, é sobre inspirar, motivar e capacitar os alunos para alcançarem seu máximo potencial.

Para facilitar o acesso ao material, estará disponível no site da Redigir, organizado pela professora doutora Carla Viana Coscarelli, para que outros docentes possam utilizá-lo em suas respectivas aulas.